Câncer no pâncreas: entenda a doença que vitimou o fundador da Apple Steve Jobs

No anúncio feito pela Apple sobre a morte de seu fundador Steve Jobs, os oficiais da companhia não mencionaram a causa específica de seu falecimento. Mas o líder visionário enfrentou numa batalha contra um câncer pancreático desde 2004.


O câncer pancreático é um dos que se espalham mais rapidamente. Apenas cerca de 4% dos pacientes conseguem sobreviver cinco anos após o diagnóstico, mostra reportagem publicada no site da revista "Time". A cada ano, cerca de 44 mil novos casos são diagnosticados nos Estados Unidos, e 37 mil pessoas morrem da doença.


O pâncreas contém dois tipos de glândulas: exócrinas, que produzem enzimas que quebram gorduras e proteínas, e endócrinas, que fazem hormônios como a insulina que regula o açúcar no sangue. Jobs morreu de tumores originados na glândulas endócrinas, que estão entre as formas mais raras de câncer pancreático.


Em 2004, Jobs passou por uma cirurgia para remover o câncer de seu pâncreas. Em 2009, depois de sair novamente de licença da Apple, ele teve um transplante de fígado para tentar reter o máximo possível das funções de seu órgão depois que o câncer se espalhou para além do pâncreas. Em janeiro, ele se afastou da empresa pela terceira vez, antes de renunciar ao cargo de CEO em agosto.

De acordo com especialistas, Jobs enfrentou uma batalha difícil.


- Ele não apenas teve câncer, ele lutou contra a supressão imunológica depois do transplante de fígado - disse em depoimento ao site "MSNBC.com" Timothy Donahue, do Centro de Doenças Pancreáticas da Universidade da Califórnia, Los Angeles. Ele acrescentou que a maioria dos pacientes que fazem o transplante de fígado consegue sobreviver cerca de dois anos depois da cirurgia.


Tratamento padrões para câncer pancreático incluem as estratégias comuns de luta contra a doença: cirurgia, quimioterapia, radioterapia e, mais recentemente, drogas anticancer que atuam diretamente no tumor e que ainda estendem um pouco mais as vidas dos pacientes.


Em 2005, a FDA (órgão que regula alimentos e medicamentos nos EUA) aprovou a elortinibe, uma droga que ataca especificamente fatores de crescimento encontrados nas células do câncer, para o tratamento de pacientes com câncer pancreático em estágio avançado que recebem quimioterapia. Em testes, a média de sobrevivência dos pacientes aumentou em 23% depois de um ano em que a droga tinha sido adicionada à quimioterapia. Os tumores em pacientes sendo tratados com erlotinibe e quimioterapia também se desenvolvem mais devagar do que os em pacientes recebendo apenas a quimio.


Com informações: O Globo