Entrevista: Uso do videogame no processo de reabilitação oncológica

ENTREVISTA - Uso do videogame no processo de reabilitação oncológica 

O vídeo game antes utilizado apenas como um brinquedo hoje já serve como instrumento terapêutico, inclusive, amenizando os efeitos do tratamento contra o câncer infantojuvenil que, normalmente, debilita crianças e adolescentes. Nesse contexto, a terapia ocupacional exerce um papel fundamental no acompanhamento dos pacientes e atua tanto na prevenção, quanto na recuperação de alterações provocadas pela doença. Para falar sobre  "O uso do videogame no processo de reabilitação oncológica" vamos conversar com Lady Kelly Farias da Silva - terapeuta ocupacional da Casa Durval Paiva.
           
1 – Como funciona o processo de reabilitação do paciente através do uso do videogame?
Lady Kelly - A realidade virtual assume um papel decisivo quando o tema é a reabilitação de pessoas, e a terapia ocupacional utiliza o videogame como recurso terapêutico. Xbox,   hoje, é o videogame mais utilizado no processo de reabilitação, permitindo que a pessoa realize movimentos com o corpo para executar as jogadas, simulando jogos de tênis, boliche, canoagem, entre outros, e são através destes jogos, que é possível atingir os   objetivos traçados para cada paciente.

2 - Em que casos o videogame é indicado? Existe uma idade ideal para o uso desse recurso?
Lady Kelly - Na Casa Durval Paiva, por exemplo, onde atendemos crianças e adolescentes, o videogame é indicado diante de alguns quadros, como alterações motoras, respiratórias e posturais, sequelas musculares, ou neurológicas, motricidade fina, dores intensas, dentre outras, que prejudicam o desenvolvimento global e ocupacional do paciente. O recurso pode ser utilizado com pessoas de qualquer idade e nas diversas patologias.

3 - Quais benefícios podem ser adquiridos através desse método?
Lady Kelly - São vários benefícios observados com o uso do videogame, pois, o esforço para executar bem as jogadas provoca impactos positivos no organismo, como o fortalecimento da musculatura, maior facilidade para recuperar os movimentos, estímulo às atividades cerebrais e aumento da capacidade de concentração e de equilíbrio.

4 – Quanto tempo duram as sessões e como devem ser feitas?
Lady Kelly - As sessões duram em média de 30 a 40 minutos, que é o tempo de uma sessão normal. Deve-se levar em consideração o lugar para utilizar o recurso, pois, é interessante que seja em um local amplo, com supervisão do terapeuta, para evitar possíveis complicações que podem ocasionar lesões nas articulações, devido a movimentos inadequados.

5 – O videogame em casa pode ser usado como instrumento terapêutico?
Lady Kelly - Em casa, o videogame tem a função de recreação, de lazer, de passatempo, possui uma visão completamente lúdica, e não deve ser visto como terapia, que no caso já possui objetivo específico, sendo determinado de forma individual para cada paciente e de acordo com sua necessidade, como também, é fundamental o acompanhamento de um profissional habilitado para ser considerado uma terapia.

6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Lady Kelly - O videogame é um recurso lúdico que também contribui para a adesão ao tratamento, uma vez que proporciona prazer, bem estar e lazer aos seus participantes. Nas orientações repassadas aos responsáveis pelas crianças e adolescentes atendidos na Casa Durval Paiva, lembramos a importância do desenvolvimento por meio de brincadeiras, e que com o videogame eles não só se desenvolvem, mas também são reabilitados a darem continuidade aos afazeres do seu cotidiano.

A CASA: A Casa Durval Paiva ampara crianças e adolescentes carentes portadores de câncer e doenças hematológicas, juntamente com seus responsáveis, durante o tratamento em Natal, possui 1015 pacientes cadastrados, sendo que 538 crianças e adolescentes estão em tratamento, oriundas de 133 municípios do Estado, também do Piauí, Ceará, Sergipe e da Paraíba.

CONTATO: (084) 4006-1600. Endereço: Rua Clementino Câmara, 234 Barro Vermelho – Natal

Fonte: Assessoria de Comunicação