Doença pode provocar perda rápida dos dentes

Apesar de ser bastante comum, a periodontite é uma doença inflamatória bucal que pouca gente conhece. Quando não diagnosticada a tempo, essa inflamação da gengiva se agrava atingindo o sistema de sustentação do dente. Nele há os ligamentos, a parte óssea, a gengiva e a raiz do dente. Entre as consequências da enfermidade estão desde a perda dos dentes até doenças cardíacas.

Os principais sinais de periodontite são o sangramento da gengiva durante a higienização, o dente ‘amolecido’, mau hálito acentuado e uma “massinha branca” em volta do dente, que denota a formação de tártaro.

“O tártaro impregna na raiz do dente, deixa-o um pouco mole e ainda causa pus, deixando um gosto metálico na boca”, lista Sérgio Conrado (CRO: 18055), periodontista da GOU Franquias. iStock
Entre as consequências da periodontite estão desde a perda dos dentes até doenças cardíacas

Engana-se quem pensa que esse problema atinge apenas pessoas mais velhas. Segundo Patrícia Mazzarioli, cirurgiã-dentista especialista em ortodontia (CRO: 78170), da clínica Odontomazza, a prevalência da periodontite é em pessoas jovens adultos, mas há também casos em crianças e até mesmo adolescentes.

“A partir de seis ou sete anos, já há formação de tártaro, às vezes, até agressivo. O mais importante é o uso constante do fio dental, a placa bacteriana tem que ser removida mecanicamente pela escova e fio dental. Se isso for presente na infância, a pessoa terá menor risco”, explica Patrícia. 

Sérgio aponta outra consequência grave da doença no caso da população mais jovem. “A prevalência geralmente é acima dos 24, mas nós temos muitos relatos de periodontite juvenil, que é muito severa. Um adulto de 20, 22 anos, pode perder em média oito a dez dentes porque a perda óssea ocorre rapidamente – daí a pessoa está quase fadada a usar uma prótese.”

O tratamento vai depender do grau de comprometimento do dente, da gengiva e da perda óssea. “Se o caso for leve, será feita uma profilaxia, uma raspagem, jato de bicabornato. Mas casos mais intensos podem requerer um ultrassom, antibiótico e até cirurgia na gengiva”, esclarece Patrícia. 

“A gente vai verificar o tipo de alimentação - se é pobre em fibras-, o tipo de escovação, identificar as causas como a nicotina, tártaro. Há até casos provocados por dentistas, como o uso de obturações inadequadas. É necessárioca remover esses fatores. Depois o profissional irá identificar o nível de perda óssea para avaliar a necessidade de cirurgia e de enxerto ósseo”, complementa Sérgio.

IG