Em entrevista à imprensa, Dilma promete 'continuar a lutar'


Imagem: AFP(Evaristo Sá)

A presidente Dilma Rousseff prometeu "continuar a lutar" para retornar ao poder em caso de impeachment, em uma entrevista transmitida nesta quinta-feira pela BBC, a poucos dias de seu provável afastamento do cargo.

"Vamos continuar a lutar para voltar ao governo. Vamos resistir, resistir e resistir", insistiu Dilma, entrevistada na quarta-feira pelo canal de notícias britânico em Brasília.

"O processo de impeachment é ilegítimo, ilegal", acrescentou, afirmando querer "lutar até o fim" para o seu retorno ao poder e "contra este processo de impeachment".

"Não contem comigo para renunciar", assegurou Dilma. "Se eu renunciar, a prova viva de que há um golpe de Estado (...) desaparece".

"Eu corro o risco de não assistir aos Jogos Olímpicos como presidente", lamentou a presidente.

"O medo de que não seja eu, mas alguém que usurpou o meu cargo me dá uma sensação de tristeza e injustiça".

Após a aprovação, em 17 de abril, do impeachment pela Câmara, os senadores devem aprovar na próxima semana a abertura formal do processo de impeachment contra a presidente.

Dilma, que é acusada de maquiar contas públicas, permanecerá afastada do poder por um período máximo de 180 dias à espera o julgamento final do processo. Neste período, será substituída pelo igualmente impopular Michel Temer.

O vice-presidente foi citado recentemente como beneficiário de subornos por vários acusados no escândalo da Petrobras.

"Eles podem muito bem me investigar", afirmou Dilma. "Eu aceito qualquer inquérito, porque eu sei que eu sou inocente".

Mas "mesmo se for provado mais tarde que as acusações eram infundadas, (...) o dano já terá sido feito", lamentou.

AFP