Apple admite que todos os Macs, iPhones e iPads estão vulneráveis a hackers

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A Apple anunciou que todos os iPhones, iPads e computadores Mac foram afetados pelas falhas de segurança em chips, que atingiram pelo menos 90% dos eletrônicos do mundo.

O problema, que se tornou público nesta semana, deixa os dispositivos vulneráveis a ataques de hackers.

A Apple informou ter liberado alguns patches (programas usados para correção de bugs) e disse que não há evidências de que a brecha tenha sido explorada.

"Todos os sistemas Mac e dispositivos iOS foram afetados, mas não foram identificadas atividades que afetem os consumidores neste momento", afirmou a Apple em comunicado publicado em seu site.

A empresa alertou ainda os usuários a baixarem os softwares de atualização somente a partir de fontes confiáveis ​​para evitar aplicativos "maliciosos".

O anúncio desconstrói a crença de que dispositivos da Apple são menos vulneráveis ​​a problemas de segurança do que, por exemplo, telefones Android ou computadores com sistema operacional Windows da Microsoft.

Pesquisadores identificaram duas falhas de segurança em chips: Meltdown e Spectre. Enquanto a Meltdown se restringe a eletrônicos com chips Intel, a Spectre tem um potencial de alcance maior, afetando também dispositivos com tecnologia ARM Holding e Advanced Micro Devices (AMD).

A Apple disse que já liberou "mitigações" contra a Meltdown na mais recente atualização do seu sistema operacional: iOS 11.2 (iPhones e iPad) e macOS 10.13.2 (MacBooks e iMacs). E informou que a Meltdown não afeta o Apple Watch.

Segundo a empresa, os patches contra o Spectre, sob a forma de atualização para o navegador Safari, serão lançados "nos próximos dias".
Google e Microsoft

O Google e a Microsoft já tinham emitido comunicado informando os produtos que estão vulneráveis.

Segundo o Google, os telefones Android - que representaram mais de 80% do mercado global - estão protegidos. caso os usuários tenham baixado as atualizações de segurança mais recentes.

A Microsoft também já disponibilizou soluções para muitos dos seus serviços.

Os usuários do Windows devem estar cientes, no entanto, que antivírus de terceiros podem precisar de atualização antes de aplicar os patches do sistema operacional.
Venda de ações

Em meio à corrida para solucionar a questão, foi publicado nesta semana na imprensa que o presidente executivo da Intel, Brian Krzanich, vendeu, em outubro, grande parte de sua participação na empresa. Na ocasião, a Intel já estava ciente das vulnerabilidades de segurança em seu chip, mas a informação ainda não era pública.

Em comunicado, a companhia negou, no entanto, que a venda das ações de Krzanich tenha relação com as recém-divulgadas falhas.

"A venda de Brian não está relacionada", diz o texto.

"Foi feita de acordo com um plano de venda de ações pré-estabelecido [...] com um cronograma de venda automatizado", acrescenta.

As ações da empresa caíram nesta semana, diante da preocupação com a segurança dos chips.

BBC BRASIL