Jornalismo em LUTO: Atentados em Cabul deixam pelo menos 25 mortos; 9 são jornalistas


Mais de 20 pessoas morreram, entre elas um fotógrafo da Agência France Presse (AFP) e três outros jornalistas, num duplo atentado suicida hoje em Cabul (Afeganistão), o segundo dos quais visou a imprensa que reportava o primeiro ataque.


Segundo um balanço ainda provisório divulgado pelo Ministério da Saúde afegão, o ataque duplo fez pelo menos 21 mortos e 40 feridos.

Um jornalista da AFP contou 14 corpos na morgue do hospital Wazir Akbar Khan, mas outras vítimas foram enviadas para o hospital da organização não governamental italiana Emergency.

Shah Marai, fotógrafo-chefe do escritório da AFP em Cabul, que estava no local da primeira explosão, foi morto no segundo ataque, que ocorreu cerca de trinta minutos depois.

O grupo extremista Estado Islâmico reivindicou, horas depois, o duplo atentado.

O jornalista trabalhava para a AFP desde 1996 e participou na cobertura da invasão dos EUA, em 2001.

Três outros jornalistas presentes foram atingidos por esta explosão, todos eles em serviço para televisões afegãs, incluindo um para o canal Tolo News, que já sofreu um ataque em 2016 que causou sete mortes e que foi reivindicado pelos talibãs.

O duplo atentado de hoje ainda não foi reivindicado.

De acordo com uma fonte das forças de segurança, o 'kamikaze' que atacou a imprensa tinha-se escondido entre os repórteres, transportando uma câmara.

"O bombista suicida fez-se explodir entre os jornalistas", disse o porta-voz da polícia de Cabul, Hashmat Stanikzai.

Os repórteres tinham ido cobrir o primeiro ataque, perpetrado pouco antes das 08:00 locais, perto da sede dos serviços de inteligência afegãos (NDS).

O quartel-general do NDS havia sido alvo de um ataque suicida em março, quando um homem-bomba atravessou a barreira policial e se fez explodir na entrada do edifício, matando três pessoas e ferindo outras cinco.

Cabul tornou-se, segundo a ONU, o local mais perigoso no Afeganistão para os civis, com o aumento dos ataques, geralmente perpetrados por homens-bomba e reivindicados pelos talibãs ou pelo denominado Estado Islâmico (IS).

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