Prefeitura de Manaus faz valas comuns em cemitério para enterrar vítimas de coronavírus

Cemitério Nossa Senhora Aparecida teve acréscimo de, aproximadamente 50%, na demanda. Contêineres frigoríficos foram instalados no local para caixões que aguardam sepultamento.


Prefeitura de Manaus faz valas comuns em cemitério para enterrar vítimas da Covid-19

Após anunciar a instalação de contêineres frigoríficos no cemitério público Nossa Senhora Aparecida, no bairro Tarumã, Zona Oeste, a Prefeitura de Manaus informou, nesta terça-feira (21), que está fazendo valas comuns, chamadas pelo órgão de trincheiras, para enterrar vítimas do novo coronavírus no local. Conforme boletim de ontem, terça-feira (21), Manaus já registrava 163 mortes por Covid-19. No estado, o número de casos confirmados chegou a 2.270, com 193 mortes no total.

O rápido aumento de mortes por Covid-19 no estado fez com que dezenas de covas fosse abertas no mesmo cemitério, desde a última sexta-feira (17). Segundo informações da prefeitura, desde março, houve um acréscimo de aproximadamente 50% na demanda. Cartórios da capital também estenderam o regime de plantão para atender alta demanda de registro de óbito.

Nesta terça-feira (20), a Prefeitura de Manaus informou, por meio de nota, que devido ao grande aumento no número de sepultamentos realizados no cemitério, a Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp) adotou o sistema de trincheiras para realizar o enterro das vítimas de Covid-19.

"A metodologia, já utilizada em outros países, preserva a identidade dos corpos e os laços familiares, com o distanciamento entre os caixões e com a identificação das sepulturas. A medida foi necessária para atender a demanda de sepultamentos na capital", disse a nota.

Valas comuns são abertas para enterrar corpos coletivamente, em Manaus. — Foto: Reprodução/Internet

Na última segunda-feira (20), a Semulsp já havia informado ao G1 que teve que instalar contêiners frigoríficos no cemitério para comportar caixões que aguardavam sepultamento. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram filas de carros de funerárias aguardam para sepultar corpos.

A medida visa dar mais agilidade ao serviço SOS Funeral, que, hoje, é o único disponível para população mais vulnerável de forma gratuita, para realizar o enterro das pessoas que não têm condições para arcar com as custas do sepultamento.

"As câmaras estão sendo utilizadas para o armazenamento dos caixões, enquanto os familiares aguardam o momento do enterro, sem a necessidade do veículo do SOS Funeral ficar aguardando a liberação, já podendo retornar à base para novo chamado", pontua a nota da Semulsp.

Contêineres frigoríficos também foram instalados, pelo Governo do Amazonas, em unidades hospitalares de Manaus, após a repercussão de um vídeo que mostra corpos com suspeita de Covid-19 posicionados dentro do Hospital João Lúcio, Zona Leste, ao lado de pacientes internados. Veja:



Vídeo mostra corpos de pacientes com suspeita de Covid-19 ao lado de internados no AM

Pacientes morrem à espera de leito

Internada há quatro dias na rede pública de saúde do Amazonas, Dona Maria das Graças, de 63 anos de idade, morreu com suspeita de Covid-19 nesta segunda-feira (20). Ela esperava uma transferência de hospital para ter acesso a uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), mas foi a óbito antes de conseguir. A família denunciou descaso médico no caso.

A filha, em entrevista à Rede Amazônica, ao comentar o caso, denunciou descaso de médicos e enfermeiros. ''Foi uma espera angustiante do início ao fim'', comentou.

Via G1