Onda de protestos no Rio deve esvaziar desfile de militares


Para permitir um contingente maior de policiais nas ruas durante os protestos programados para o Sete de Setembro, a Polícia Militar do Rio reduziu a quantidade de militares que participarão do tradicional desfile do Dia da Independência.

Só 200 alunos da academia de oficiais da polícia, a Academia Dom João VI, marcharão no desfile, que reunirá também militares das Forças Armadas, na avenida Presidente Vargas, no centro.

Folha apurou que, além de aumentar o efetivo nas ruas, a medida foi adotada para evitar possíveis vaias aos policiais do Batalhão de Choque e do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais). As unidades têm sido alvo de críticas frequentes.
A decisão de desfilar só com os alunos foi tomada na última semana pelo comando-geral da corporação.

De acordo com o coronel Roberto Itamar, porta-voz do Comando Militar do Leste, as tropas das Forças Armadas também desfilarão em número reduzido.

"Esse ano, não só por conta das manifestações, mas por economia e dinâmica, o número de militares a desfilar sofrerá uma redução de 40% em relação aos anos anteriores", afirmou. Trata-se do menor contingente da história dos desfiles do Sete de Setembro.

Com isso, o tempo do desfile, normalmente três horas, deverá ser reduzido à metade. Em 2012, desfilaram 8.670 pessoas, entre militares, civis e ex-combatentes. O total deste ano não foi divulgado.

Há pelo menos sete manifestações programadas no Rio durante o Dia da Independência, três delas convocadas para a mesma avenida na qual haverá o desfile oficial.

BLACK BLOC

Manifestantes farão hoje, às 16h30, um protesto em frente ao TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio) contra a prisão de três administradores da página Black Bloc, na última terça, suspeitos de formação de quadrilha armada e incitação à violência. Dois menores apreendidos na operação foram liberados.

Advogados da comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil) e da ONG Instituto de Defensores de Direitos Humanos, que dão assessoria jurídica ao grupo, protocolaram ontem um pedido de liberdade provisória para os três, que até a conclusão desta edição não havia sido atendido.

Os três já são réus em processos que correm em segredo de justiça no TJ-RJ.
Eles estão presos na Cadeia Pública Juíza Patrícia Accioly, localizada em São Gonçalo, região metropolitana do Rio, inaugurada em julho deste ano.

Não há informações se eles dividem celas com outros detentos.

FOLHA