Técnica de defesa pessoal queima até 800 calorias por aula

Atriz Bruna Marquezine aderiu à modalidade na novela “I love Paraisópolis”; técnica de defesa pessoal surgiu em Israel durante a Segunda Guerra Mundial


Chutes, cotoveladas, agarramentos, estrangulamentos, ataques em grupo: essa sequência de ação parece digna de MMA, mas não é bem isso. Trata-se de defesa pessoal, e carrega o nome de Krav Magá, uma técnica israelense que surgiu durante a Segunda Guerra Mundial e chegou ao Brasil por meio do Mestre Kobi, no final da década de 90. É uma aula intensa e que pode queimar até 800 calorias por treino.

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A atriz Bruna Marquezine passou por treinamento de Krav Magá para atuar em novela

Quem está trazendo aos holofotes a técnica é a atriz Bruna Marquezine, que faz aulas para atuar na novela “I love Paraisópolis”. De acordo com o instrutor israelense Avigdor Zalmon, Krav Magá, em hebraico, quer dizer combate de defesa. Serve para capacitar qualquer pessoa, a partir dos sete anos de idade até quando houver disposição para praticar (há alunos maiores de 80 anos), a se defender de situações que podem acontecer nas ruas.

Além de se defender de bandidos que querem roubar uma bolsa, é possível também se esquivar de um estupro, assalto com arma de fogo e qualquer outro tipo de agressão – mesmo que ela venha de um grupo de pessoas.

Atingir o alvo

Erra quem pensa que o praticante precisa ter muita força para ser um expert em Krav Magá. “Não usamos força física, a gente usa a velocidade máxima em direção ao alvo e a transferência de peso”, explica Zalmon. “O objetivo é atingir o alvo no seu ponto mais sensível, na maior velocidade e maior transferência de peso”, explica.

Segundo ele, isso faz com que crianças acima de sete anos, mulheres que não têm muita força e idosos também possam treinar Krav Magá. “30% dos nossos alunos são mulheres, crianças e idosos”.

Segundo a Federação Sul Americana de Krav Magá, que é quem capacita os profissionais que ensinam essa técnica, o Krav Magá não é uma arte marcial, luta ou esporte, não tem regras e não visa uma medalha ou troféu. “O ponto é retornar para casa em segurança, e é a única reconhecida mundialmente como arte de defesa pessoal”, informou, em nota. “Não se escolhe oponentes, não há juízes, treina-se esperando nunca ter de usar as técnicas aprendidas”. Segundo a Federação, o aluno ganha uma nova postura, mais autoconfiante, que repele o tipo comum de agressor que procura o perfil de vítima.

Uma das preocupações de quem quer aprender o Krav Magá é sair inteiro das aulas, mas, segundo Zalmon, o risco de se machucar é nulo. “O aluno não corre risco, pois ele aprende a controlar os golpes. Por essa razão, não há problemas de lesões ou de alguém se machucar”, conta.

Ele ressalta que, quando um aluno vem para a academia, os professores não o ensinam a bater, mas sim a se defender. “Ele pode usar os golpes em caso de agressão, mas todos são cidadãos do bem e de boa índole”.

Os instrutores, porém, são bem preparados para lidar com diversas situações. Zalmon explica que, por exigência da Federação Sul Americana de Krav Magá, é preciso estudar bastante para poder ser instrutor.

“Por exigência da Federação, todos têm de ter o 3º grau completo. Além disso, passam por um curso de ao menos um ano que inclui fisiologia, nutrição, anatomia e primeiros socorros”. Além de vários anos de treino de Krav Magá, claro. “Tudo isso visa garantir a qualidade do ensino”.

IG