Compostos encontrados no café podem inibir avanço do câncer de próstata

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Dr. Profesor Silvio Bromberg
Você também é daqueles que não começam o dia sem tomar uma boa xícara de café bem quente? Pois saiba que esta, que uma das bebidas mais consumidas no mundo, pode trazer mais benefícios do que imaginamos. Segundo um grupo de pesquisadores chineses, o café pode ser a esperança de novas terapias oncológicas.

Os pesquisadores usaram dois compostos presentes no grão de café para tratar ratos com tumores de próstata. A intervenção experimental diminuiu o crescimento dos cânceres, principalmente quando as duas moléculas foram usadas em conjunto. Apesar da necessidade de mais testes, os autores do estudo acreditam que os resultados, divulgados no último Congresso Europeu da Associação de Urologia, em Barcelona, podem render novos medicamentos no futuro.

“Descobrimos que o acetato de kahweol e o cafestol inibiram o crescimento das células cancerosas em camundongos, mas a combinação pareceu funcionar sinergicamente, levando a um desenvolvimento do tumor bem mais desacelerado do que em ratos não tratados”, contou, em um comunicado à imprensa, Hiroaki Iwamoto, principal autor do estudo e pesquisador do Departamento de Terapia Câncer Integrativa e Urologia da Universidade de Kanazawa, no Japão. Os pesquisadores também ressaltaram que não foram registradas células tumorais nativas, ou seja, que se replicaram no corpo. “O que isso mostra é que esses compostos parecem ter um efeito até sobre células que hoje são resistentes a drogas usadas atualmente no tratamento do câncer”, frisou o autor da pesquisa.

Os autores do trabalho destacaram que a pesquisa precisa ser mais aprofundada, já que ainda não é possível dizer se o mesmo efeito visto nos camundongos ocorre em humanos. “É importante manter essas descobertas em perspectiva. Esse é um estudo piloto. Então, o trabalho mostra que o uso desses compostos é cientificamente viável, mas precisa de mais investigação. Isso não significa que as descobertas podem se repetir em humanos”, ponderou Iwamoto.

“Os dados são promissores, mas não devem fazer as pessoas mudarem o consumo de café. O café pode ter efeitos positivos e negativos se consumido em excesso (por exemplo, pode aumentar a hipertensão), por isso precisamos descobrir mais sobre os mecanismos por trás desses achados antes de pensarmos em aplicações”, frisou o autor. Apesar disso, ele disse acreditar que, com os bons resultados verificados, a possibilidade de novos medicamentos com base nas moléculas que compõem o café é um objetivo a ser conquistado. “Se pudermos confirmar esses resultados, podemos ter novos candidatos para tratar o câncer de próstata resistente”, complementou.

*Com informações de: Correio Braziliense