Entre os dias 7 e 10 de abril, profissionais e estudantes tiveram a oportunidade de participar da XVII edição do Congresso Brasileiro de Oncologia Pediátrica. O evento é realizado anualmente pela Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica (SOBOPE).
Este ano, devido a todos os problemas enfrentados com a Pandemia, a edição foi totalmente online, no entanto, não deixou a desejar em relação a anos anteriores e mais ainda se consagrou como um dos eventos mais importantes em atualização médica sobre área. Durante os 4 dias e com a presença de palestrantes nacionais e internacionais, os congressistas tiveram acesso a um conteúdo de qualidade onde foram abordados temas de muita relevância para a prática profissional.
Palestras e Mesas redondas
Para promover a interação entre palestrantes e congressistas foram realizados debates e mesas redondas relacionadas à prática oncologico-pediátrica com profissionais atuantes na área de Oncologia e Cirurgia Pediátrica, Patologia, Radiologia, Hematologia, enfermagem bem como equipe multidisciplinar e políticas públicas.
Já no primeiro dia, os congressistas tivem acesso às salas virtuais onde puderam assistir a palestras sobre Sarcomas, Terapia de suporte à infecção, atualizações em radiologia e enfermagem. Neste contexto, ainda no primeiro dia, a pediatra, hematologista e especialista em linfoma de Hodgkin, Catherine Bollard, falou sobre este tipo de câncer que tem origem no sistema linfático.
Os tumores de Células Germinativas também foram amplamente debatidos em uma mesa-redonda com Dr. Luiz Fernando Lopes, que é diretor médico do Hospital Infantojuvenil de Barretos, onde falou sobre os desafios e avanços com os protocolos Brasileiros e a contribuição dos mesmos para literatura internacional. A Dra. Carla Renata Pacheco Donato Macedo, do Instituto de Oncologia Pediatrica (GRAACC/UNIFESP), abordou o tema sobre os dilemas no tratamento dos tumores ovarianos. Ainda sobre a temática das células, a Dra. Mariana Tomazini Pinto do Hospital de Câncer de Barretos/SP e a Dra. Ana Glenda Santarosa Vieira, do Hospital de câncer Infanto-juvenil de Barretos/SP falaram sobre os estudos moleculares, estado da arte e experiencia brasileira.
Ainda nas mesas redondas o evento abordou assuntos como "o que há de novo no tratamento dos tumores recidivados e refratários"; avanços no tratamento da LLA PH+ pediátrica; fisiopatologia da SMD e papel do Estroma Medular; Hepatoblastoma, Mielodisplasias, o futuro do tratamento da Leucemia Mieloide Aguda (LMA) infantil; e indicações transfusionais em pacientes oncológicos e transplantados.
O congresso, que tem um foco muito importante no trabalho em equipe multidisciplinar abordou temas relacionados à Nutrição, Cuidados paliativos, Medicina de precisão e Cardio-Oncologia. Sobre este último assunto os palestrantes em mesa redonda discutiram sobre cardiotoxicidade; a importância da Imagem Cardiovascular no Acompanhamento dos Pacientes Oncológicos; aspectos Cardiovasculares do Seguimento dos Sobreviventes do Câncer Infantojuvenil e o palestrante internacional Dr. Gary Beasley, da St. Jude Children's Research Hospital and Le Bonheur Children's Hospital, Memphis, TN, USA, trouxe o tema: What the Pediatric Oncologist Should Know about Cardio-Oncology, que em tradução livre significa "O que o Oncologista Pediátrico Precisa Saber sobre Cardio-Oncologia.
Simpósios Satélite
Além das palestras e discussões em mesa-redonda, o congresso proporcionou um espaço para Simpósios Satélite com empresas conhecidas na área da saúde e com temas relavantes e atuais para a prática médica como foi o caso da AstraZeneca, que ganhou destaque mundial como uma das fabricantes dos imunizantes contra covid-19, e que relatou sobre as mudanças de paradigmas no tratamento da neurofibromase - tipo 1.
No simpósio satélite da farmacêutica Servier o tema foi o Impacto da monitorização da Pegaspargase no tratamento da LLA pediátrica - realizado por Dr. Tiago Tormen, da UFPR.
No penúltimo dia do congresso, os participantes puderam se atualizar sobre a Integração de imunoterapias inovadoras em Leucemia Linfoide Aguda pediátrica (LLA), no simpósio "Integration of innovative immunotherapies in pediatric ALL" com a Dra. Maria Lúcia Lee, realizado pela AMGEN que é a maior, senão uma das maiores, empresas de bio-farmacêutica independente no mundo.
Para fechar o congresso, os simpósios satélite do Centro de Oncologia e Hematologia do Albert Einstein e da Eusa Pharma trataram sobre a experiência Einstein com TMO haploidêntico em leucemias infantis e o Impacto do emprego de anticorpos monoclanais anti-gangliosídeos em neuroblastoma de prognóstco sombrio (EusaPharma)
Fala do Presidente da SOBOPE e novidades para 2022
“O evento continua focado no intuito de agregar e atrair profissionais de diversas áreas para que, juntos, possamos melhorar as condições de diagnóstico, tratamento e cura das crianças e adolescentes no Brasil”, afirma o Dr. Cláudio Galvão, presidente da SOBOPE. O porta-voz ainda faz uma revelação sobre a edição do ano que vem: “Em 2022, o Congresso será presencial e realizado em Campo Grande, Mato Grosso do Sul”.
Sobre a SOBOPE
Fundada em 1981, a SOBOPE tem como objetivo disseminar o conhecimento referente ao câncer infanto-juvenil e seu tratamento para todas as regiões do país e uniformizar métodos de diagnóstico e tratamento. Atua no desenvolvimento e divulgação de protocolos terapêuticos e na representação dos oncologistas pediátricos brasileiros junto aos órgãos governamentais. Promove o ensino da oncologia pediátrica, visando à divulgação e troca de conhecimento científico da área em âmbito multiprofissional.