Com mais de 50 mil alunos beneficiados, projeto chega, este ano, a escolas estaduais de Brumadinho.
Visando promover a democratização do acesso à educação de qualidade e conseguir levar cada vez mais pessoas ao ensino superior, o Descomplica - maior plataforma de educação digital do país - está com inscrições abertas para o projeto Descomplica Social até o dia 20 de março. Voltado para cursinhos pré-vestibular comunitários, o projeto visa dar acesso, de forma gratuita, a todo o conteúdo de preparação para o Enem a jovens de comunidades e periferias ao redor do Brasil.
“Atualmente, cerca de 12 milhões de brasileiros vivem em mais de 6 mil periferias e comunidades no país e, se a taxa de penetração de ensino superior entre a população geral do país já é baixa – 21% -, nessas regiões o percentual é ainda menor e a gente precisa fazer algo para mudar esse cenário. Trabalhamos para democratizar o acesso à educação de qualidade e acreditamos que estudar é sim pra todo mundo. É por esse motivo que oferecemos cursos completamente acessíveis para a população. Mas, ainda assim, há pessoas que não têm condições de pagar e entendemos que chegar a elas tem de estar entre as nossas frentes de trabalho. Queremos mudar a realidade dessas pessoas”, afirma Rafael Cunha, VP de Educação do Descomplica.
Aluna do pré-vestibular comunitário promovido pelo Redes da Maré, no Rio de Janeiro, parceiro do projeto Descomplica Social, Gabriela Braga Maio, de 17 anos, conseguiu ingressar no curso de Relações Internacionais na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Para a aluna, que alcançou a nota 940 na redação, a flexibilização de poder montar seu próprio plano de estudos foi um diferencial.
“Tentei o Enem logo assim que saí do ensino médio, em 2018, mas não passei. Em 2019, quando comecei a estudar com o Redes da Maré e o Descomplica, não sabia exatamente se eu conseguiria só estudar ou se teria que trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Passei um semestre inteiro me dedicando aos estudos, mas no segundo semestre precisei conciliar com o trabalho e poder fazer meu próprio cronograma foi ótimo. Era como se eu tivesse um estudo personalizado para mim, de acordo com o meu aprendizado”, afirma Gabriela. “Por conta do Redes e do Descomplica, eu realmente passei a acreditar que, apesar dos meus pais não terem tido a oportunidade de fazer uma faculdade, talvez eu conseguisse. Mais do que isso, talvez eu conseguisse uma vaga em uma universidade pública. Precisei me dedicar, treinar muito também. Mas consegui”, conclui a mais nova caloura de Relações Internacionais da UFRJ.
E com a proposta de ajudar cada vez mais jovens a conquistarem seus sonhos, além de cursinhos pré-vestibular comunitários, o Descomplica passará, este ano, a auxiliar escolas públicas de ensino médio. Nesta fase piloto, foram escolhidas três instituições da cidade de Brumadinho, em Minas Gerais: Escola Estadual Abelardo Duarte Passos, Escola Estadual Paulina Aluotto Ferreira e Escola Estadual Paulo Neto Alkimin que, juntas, somam mais de 1.100 alunos.
“Acreditamos que a educação pode sim mudar o mundo. Um ano após a tragédia de Brumadinho, a cidade ainda está tentando se reerguer e foi por isso que a escolhemos para iniciar o projeto de reforço pré-vestibular com escolas públicas. Queremos dar ainda mais oportunidades para estes jovens locais poderem sonhar com um futuro melhor”, afirma Rafael.
O plano ofertado às instituições parceiras inclui a biblioteca com todas videoaulas do acervo, aulas ao vivo no período noturno e a plataforma de exercícios para escolas. Ainda em versão beta, a proposta da plataforma é auxiliar o professor na correção das tarefas passadas, gerando um relatório que contém informações relevantes sobre o aproveitamento dos alunos, tais como: quantos alunos fizeram ou não o dever, quais questões tiveram mais erros, etc, o que direciona também o professor para os temas nos quais os alunos apresentam mais dificuldade.
E, para chancelar o trabalho que vem sendo feito junto às comunidades e periferias do país, o Descomplica conta com conselheiros engajados no tema. Atualmente, são parceiros da EdTech os ativistas sociais Buba Aguiar, do Fala Akari; Lola Ferreira, do Gênero Número; e Raull Santiago, do Coletivo Papo Reto. Os cursinhos comunitários e as escolas públicas que quiserem conquistar uma vaga no projeto devem preencher o formulário de inscrição até o dia 20 de março. As inscrições acontecem duas vezes ao ano - uma no primeiro e outra no segundo semestre.