Conhece-te a ti mesmo

The Booth at the End*

Sentado no fundo de uma cafeteria, um homem misterioso recebe pessoas com desejos distintos: um pai busca a cura para o câncer do filho, uma adolescente deseja ser mais bonita, uma freira quer ouvir Deus novamente.

Este homem, “The Man”, pode fazer com que estas coisas aconteçam, mas por um preço. Em troca daquilo que procuram, todos terão de sacrificar seus valores morais e realizar tarefas que normalmente seriam inconcebíveis para eles: plantar uma bomba, roubar um banco, matar.

Em seguida, eles devem voltar a procurá-lo e descrever detalhadamente tudo o que aconteceu. Conforme as tarefas destas pessoas começam a tomar forma, os problemas começam a surgir. Contudo, “The Man” nunca os obriga a realizar nada. Depende sempre de cada um ir adiante ou parar a partir da seguinte pergunta: Até que ponto alguém está disposto a chegar para obter o que deseja?

Contudo, "The Man" nunca os obriga a realizar nada. Depende sempre de cada um ir adiante ou parar a partir da seguinte pergunta: Até que ponto alguém está disposto a chegar para obter o que deseja?

Informações sobre a série retiradas do BLOG OI TV

Somos livres para fazer nossas escolhas, porém somos prisioneiros das consequências, isto é, todas as escolhas que nos são apresentadas são válidas, mas haverá sempre um preço a pagar por elas. Sempre que fizermos uma opção, estaremos descartando outras, porém a soma dessas decisões é o que nos fazem ser o que somos.

Segundo Rubem Alves, seria bom se as alternativas com que nos defrontamos fossem sempre entre o certo e o errado, o bom e o mau. Seria fácil viver. Mas há situações que nos colocam diante de alternativas igualmente dolorosas e de resultados incertos.

Aparentemente o thriller psicológico chama atenção pelo drama que os personagens vivenciam originados do sacrifício que fazem por suas escolhas. Contudo, o tema central reside no autoconhecimento.

Na antiguidade clássica a busca pelo autoconhecimento tornou-se conhecida pelo aforismo “Conhece-te a ti mesmo”. A frase que segundo a tradição estaria inscrito nos pórticos do oráculo de Delfos, na antiga Grécia, definiu não apenas o rumo da filosofia socrática e das tragédias gregas Édipo rei , mas inspirou a todos que um dia investiram no seu processo de autoconhecimento.

A melhor maneira de alcançar o autoconhecimento não é pela contemplação, mas pela ação (Goethe). É somente na sequência da descoberta de nossa própria ignorância, que podemos nos colocar no caminho da busca do conhecimento.

Porém, geralmente o que ocorre é que não procuramos o conhecimento, pois acreditamos tê-lo. Assim, se pensamos ter o conhecimento, também pensamos não precisar buscá-lo. Consequentemente, essa ilusão é o maior bloqueio para a aquisição do conhecimento, porém negligenciar o conhecimento de nós mesmos nos faz trilhar por um caminho onde as consequências resultam na imprudência e irracionalidade de agir de acordo com a natureza de nossas paixões, desejos e impulsos.

O processo de autoconhecimento não é um processo fácil, pois consiste em confrontar-se com os aspectos mais íntimos do nosso ser para que possamos compreender e entender nossos padrões comportamentais que nos levam a agir e tomar decisões, por isso um processo indispensável em nossas vidas.

*The booth at the end é a nova série do canal televisivo FX que é exibida aos domingos ás 00h (mais informações: http://www.fxbrasil.com.br/br/series/the-booth-at-the-end/)