UFRN promove mais um Ciclo de Leituras Dramáticas



O Departamento de Artes (DEART) da UFRN realiza de 08 a 11 de maio o II PALAVRAR - Ciclo de Leituras Dramáticas. O evento gratuito é uma ação do projeto de extensão Banco de Textos Teatrais e acontecerá no Teatro Laboratório Jesiel Figueiredo do DEART, sempre às 19:45. Ele propõe ao público o dizer de peças teatrais de autores eminentes. A cada noite a plateia acompanhará a leitura de uma peça diferente, a partir das palavras, sons e atmosferas do texto. 

Para a sua segunda edição o PALAVRAR convidou o grupo de teatro Carmin, um dos mais destacados coletivos teatrais do RN. Uma das propostas do PALAVRAR é aproximar alunos e professores de artes da classe teatral da cidade. Outra é oferecer Teatro para a população em geral, por meio da leitura de peças. Em 2017, o grupo convidado foi o Clowns de Shakespeare, que leu as peças Flores arrancadas à névoa e A seda e a larva, texto inédito de César Ferrario. Neste ano, o Carmin também apresentará a leitura de uma produção inédita, de Mateus Cardoso, intitulada O Deserto. Cardoso também dirige a montagem. 

O ciclo ainda mistura atores profissionais natalenses a professores e alunos de graduação e pós-graduação em Artes Cênicas, com as peças Conselho de Classe, de Jô Bilac, A árvore dos mamulengos, de Vital Santos e Quando nós os mortos despertamos de Henrik Ibsen – que terá a participação do Quarteto 16 Cordas, da Escola de Música. 

Cada leitura do PALAVRAR será seguida por um debate com o diretor acerca do texto, autor e processo. A ideia do projeto é ser didática, levar a palavra dramática tanto para o público habituado a ela quanto para quem nunca foi ao teatro. Espera-se fomentar um público espectador e leitor de Teatro, abrindo espaço para uma experiência que fortaleça o sentido de comum união com o Teatro e de pertencimento à obra de arte. 

O evento é uma ação de extensão do projeto Banco de Textos Teatrais do Departamento de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Coordenado pelo professor André Carrico, o projeto constroi, desde 2016, um acervo físico de peças dramáticas na Biblioteca Setorial do DEART e que está à disposição não apenas dos alunos dos cursos da UFRN, como também da comunidade natalense em geral. A ideia do ciclo é divulgar, ao longo de quatro leituras públicas, esse acervo de textos e estimular a percepção dos ouvintes através da audiência da palavra dramática ao vivo, na boca dos atores. 

Outra ação do II PALAVRAR envolve o curso de Design. Coordenados pela professora Elizabeth Romani, os alunos que pesquisam processos gráficos puderam criar e confeccionar artesanalmente os cartazes de divulgação do evento, resgatando a antiga técnica de impressão do lambe-lambe. A produção gráfica foi desenvolvida no Museu da Imprensa Eloy de Souza com o apoio do Departamento de Imprensa do Estado do RN. 

O que é uma leitura dramática? 

Leitura dramática é a montagem de um texto teatral sem, necessariamente, contar com a ação física completa. Mesmo nos casos em que o encenador ou grupo estabeleça uma marcação para o elenco, o texto e as rubricas não foram decorados como numa montagem finalizada. É uma montagem em processo. 



PROGRAMAÇÃO 

Sempre às 19:45 

Dia 08: O Deserto, de Mateus Cardoso. Direção: Mateus Cardoso (Grupo Carmin) 
Dia 09: Conselho de classe, de Jô Bilac. Direção: George Holanda 
Dia 10: A árvore dos mamulengos, de Vital Santos. Direção: Luciano Luz 
Dia 11: Quando nós os mortos despertamos, de Henrik Ibsen. Direção: André Carrico 


Arte gráfica: Elizabeth Romani 
Coordenação geral do ciclo: André Carrico 
Apoio cultural: Departamento de Imprensa do Estado do RN 


FICHAS TÉCNICAS 

O DESERTO 

Livremente baseado em O Evangelho Segundo Jesus Cristo, de José Saramago, O Deserto é um experimento cênico de Mateus Cardoso, em andamento, e que parte da obra literária para investigar aspectos fundamentais da mitologia cristã. Maria Madalena, Jesus, Deus e o diabo são as personagens que em diálogos cotidianos reconstroem a narrativa bíblica e refletem sobre sua existência e suas escolhas. 

Sobre o Carmin: O Grupo de Teatro Carmin foi criado por Quitéria Kelly, Titina Medeiros, Henrique Fontes e Mathieu Duvignaud em 2007, em Natal, com o desejo de pesquisar temas urbanos que pudessem ser retratados de forma cômica. A busca pelo riso não era gratuita e deveria proporcionar abertura para reflexão. Um dos maiores sucessos de público e crítica do grupo é Jacy. Com textos dos filósofos Pablo Capistrano e Iracema Macedo, é uma peça cômico-trágica que revela fatos sobre o abandono dos idosos, a política e o crescimento desenfreados das cidades que, por muitas vezes, ignoramos. Ela participou do 21º Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga – CE, da Mostra Internacional João Pessoa Encena – PB, do Festival O Mundo Inteiro é um palco (Ano II Natal/RN) e do Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia (FIAC) e fez temporada nos principais palcos brasileiros. Ao completar 11 anos, o tema da exclusão persiste na pesquisa do Carmin, que busca aprofundamento estético na linguagem de Teatro Documental. Sua mais recente montagem foi A Invenção do Nordeste. 

ELENCO: Carminha Medeiros
Mayra Montenegro
Thulho Cézar 
Mateus Cardoso 

FICHA TÉCNICA 

Mateus Cardoso - Direção 
Robson Medeiros - Iluminação e cenotécnica
Pedro Fiuza - Assistente de Direção
Mariana Hardi – Produção 



CONSELHO DE CLASSE 

Um incidente na escola Dias Gomes resultou no afastamento da diretora Vívian. Foi convocado um conselho de classe, no qual as professoras Célia, Edilamar, Mabel e Paloma terão que decidir sobre os rumos da instituição. A inesperada chegada de um diretor substituto, João Rodrigo, trará à tona rivalidades e confissões. 





Sobre o autor: Jô Bilac nasceu no Rio de Janeiro e é considerado um dos novos talentos da dramaturgia nacional, com obras traduzidos para diversas línguas. Foi indicado duas vezes ao prêmio “Faz diferença”, do jornal O Globo, como personalidade do teatro. Por “Conselho de Classe”, recebeu em 2013 os prêmios APTR-RJ, Cesgranrio e Shell de melhor autor. 





ELENCO: Diogo Spinelli 

Karyne Dias Coutinho 

Melissa Lopes 

Monize Moura 

Paula Vanina 



FICHA TÉCNICA 

Produção e cenografia: Diogo Spinelli, George Holanda, Karyne Dias Coutinho, Melissa Lopes, Monize Moura e Paula Vanina 

Iluminação: Laura Figueiredo 

Assistência: Arthur Araújo e Rubinho Rodrigues 

Direção: George Holanda 



A ÁRVORE DOS MAMULENGOS 

Amor, traição e trapaças. Esses são os ingredientes da comédia popular que conta a história de Marquesinha, uma donzela obrigada pelo pai a se casar com o cabo Fincão. O problema é que Marquesinha é apaixonada por João Redondo, o artista que manipula os bonecos do circo Boca Mole. A moça usará então de artimanhas para fazer valer o seu amor. 



Sobre o autor: Teatrólogo pernambucano, Vital Santos iniciou a carreira na cidade de Caruaru, Pernambuco, onde em 1966 foi um dos fundadores do Grupo Evolução. Em 1967, escreveu sua primeira peça: "Feira de Caruaru". Com a peça "Rua do Lixo 24", escrita em 1968, ganhou cinco prêmios no Festival Nacional de Teatro (realizado em 1969) e percorreu o Brasil inteiro. Com a peça "O Auto das Sete Luas de Barro" (uma biografia do ceramista Mestre Vitalino) ganhou vários prêmios, entre os quais o Prêmio Molière; Mambembe; da Associação dos Críticos de Arte de São Paulo e o Prêmio Governador do Estado do Rio de Janeiro. Outra peça ganhadora de vários festivais nacionais de teatro foi "O Sol Feriu a Terra e a Chaga se Alastrou". 



ELENCO: Carla Buquer | Liliane Bezerra | Luciano Luz | Nelson Junior | Nick Oliver 

FICHA TÉCNICA 

Adaptação e direção: Luciano Luz 

Trilha-sonora e sonoplastia: Rafael Alves 





QUANDO NÓS OS MORTOS DESPERTAMOS 



O escultor Rubek e sua esposa Maja, em crise, vão passar férias num spa nas montanhas. Mas o reencontro dele com seu antigo amor, Irene, e o encontro dela com o valente caçador Ulfheim, transformam o presente em pretexto para evocar o passado e provocar o remorso pelas escolhas infelizes. 



Sobre o autor: Pai do teatro moderno, Henrik Ibsen (1828-1906), norueguês, fez do palco uma tribuna de exaltação à vontade individual e de protesto ao conformismo, ao casamento e ao papel social das mulheres. Inicialmente associado ao naturalismo, suas últimas peças foram pouco a pouco se encaminhando para uma encruzilhada naturalista-simbolista, na qual, ao procurar novas formas para representar o sujeito fragmentado do final do século, cindiu a relação sujeito-objeto. 





ELENCO: Melissa Lopes 

George Holanda 

Paula Vanina 

Rafael Alves 

Raiana de Freitas Paludo 

Participação Especial: Quarteto 16 cordas da UFRN 

Regência: Frederico Arantes Nable 

Músicos: 

André Albiergio 

Antônio Renato de Araújo 

Fred Nable 

Davidson Asevedo 

FICHA TÉCNICA 

Vídeo-instalação: Regina Johas 

Iluminação: Laura Figueiredo 

Sonoplastia: Taize Tertulino 

Trilha-sonora: Frederico Nable 

Direção: André Carrico