Obesidade, Ansiedade e Hipertensão. Saiba tudo sobre a relação entre essas condições




“Se você chegou aqui é porque está preocupado com sua condição ou para saber mais sobre essa relação entre a Obesidade, Hipertensão e Ansiedade. E deve se preocupar mesmo, porém, não a ponto de achar que é o fim da linha. Tudo tem uma solução e até Jesus deu jeito para a morte imagine para uma condição que pode ser controlada, caso tome algumas precauções contidas nesse texto. “

Obesidade e Hipertensão



Obesidade e Hipertensão tem uma relação bem íntima. A hipertensão é uma enfermidade cardiovascular onde uma pessoa apresenta uma pressão arterial igual ou superior a 140 x 90 mmHg ou mais popularmente chamado 14x9, onde o valor médio considerado normal é de até 12 por 8. Obesidade, por sua vez são indivíduos que possuem um IMC (Índice de Massa Corpórea) maior que 30 Kg/m². O IMC é um cálculo realizado entre a altura e Peso. Você encontra uma calculadora de IMC no final do texto. 






De acordo com o Ministério da Saúde e informações do Núcleo de Obesidade do Hospital Sírio-Libanês¹, aproximadamente 30% dos brasileiros apresentam pressão alta, ou seja cerca de 36 milhões de brasileiros, onde adultos e idosos são mais afetados, porém, crianças e adolescentes podem igualmente serem atingidos. Um outro dado mostra que 70% dos homens e 61% das mulheres que tem hipertensão também são obesos. A Hipertensão, juntamente com a obesidade, está relacionada com o risco de desenvolver algumas complicações como Infarto do Miocárdio, elevação do débito cardíaco, elevação da frequência cardíaca, insuficiências cardíaca e renal, resistência à insulina, hiperleptinemia bem como pode causar Acidente Vascular Cerebral (AVC), alterações na visão, aterosclerose e impotência sexual. 

De acordo com a Dra. Claudia Cozer Kalil, endocrinologista do Núcleo mencionado anteriormente, o ganho de peso está associado ao aumento de insulina no plasma que, como consequência, causa maior liberação da noradrenalina e a perda da regulação da pressão sanguínea e é por isso que segundo a médica, quando se perde peso muitas pessoas acabam diminuindo a pressão. Em um artigo publicado na revista da Sociedade brasileira de Cardiologia destaca que aumento de apenas 20% do peso normal já pode aumentar em até oito vezes a incidência da hipertensão arterial. ² 

OBESIDADE X HIPERTENSÃO 

Tanto a etiologia da obesidade quanto da Hipertensão é complexa e multifatorial. Essa associação entre obesidade e elevações dos níveis pressóricos, é antiga e passou a ser reconhecida como um fator de risco para doenças cardiovasculares listados pela American Heart Association. De acordo com um artigo da Sociedade Brasileira de Cardiologia a distribuição da gordura predominantemente visceral (chamada de androide, ou abdominal) leva a um maior risco de hipertensão se comparada à ginecoide (periférica). 

Um terço dos casos de hipertensão é a estimativa de relação com a obesidade e estima-se, também, que obesos tenham 3 vezes maior risco de desenvolver hipertensão. A obesidade faz parte da “lista do mal’’ na síndrome metabólica junto da intolerância à glicose, dislipidemia e hipertensão arterial. Para se ter uma ideia, de acordo com estudo publicado na revista da BvSalud (Biblioteca Virtual em Saúde) em cooperação técnica da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a Hipertensão está relacionada com 40% das mortes por acidente vascular cerebral e 25% das mortes por doença coronária. ³ 

100 milhões de obesos no mundo 

Ainda segundo artigo da Sociedade Brasileira de Cardiologia, os números de prevalência da obesidade no mundo industrializado vêm aumentando e, na última década, atingiram níveis alarmantes onde estima-se que existam hoje em dia 100 milhões de obesos em todo o planeta, incluindo os pré-obesos ou com sobrepeso (IMC entre 25 e 29,9 kg/m2). 

Magros também sofrem 


Não se engane. A hipertensão não é uma doença exclusiva dos obesos pois pessoas magras também podem ter pressão alta, devido a outros fatores associados a essa doença crônica como o uso de corticoide, ingestão de sal em excesso e histórico familiar, onde cerca de 90% dos casos são herdados dos pais. 

Se você é sedentário, possui algum transtorno alimentar, é obeso e ansioso, você tem todos os fatores conhecidos que prejudicam o controle da Pressão. 

Crianças e adolescentes na lista da hipertensão 


Um dado alarmante é que segundo estimativas do Ministério da Saúde, 10% das crianças e dos adolescentes obesos têm pressão alta. 

HIPERTENSÃO TEM SINTOMAS? 


A resposta é sim e não. Como diz Drauzio Varela, a Hipertensão arterial é doença traiçoeira e só provoca sintomas em fases muito avançadas ou quando a pressão arterial aumenta de forma abrupta e exagerada. Quando aparecem os sintomas esses podem ser: 

Tonturas;
Dor de Cabeça;
Fadiga;
Sangramento nasal;
Dor no peito; 
Sonolência;
Falta de Ar
Vômito. 

Se você sente alguns desses sintomas pode ser um sinal de alerta. 

O QUE FAZER? 


A primeira coisa que temos que fazer nessa jornada para o controle da pressão e da obesidade é procurar um médico e um psicólogo. O Médico irá diagnosticar as causas físicas envolvidas e o Psicólogo vai poder ajudar você a entender melhor como sua ansiedade está envolvida nos dois processos. Há alguns casos inclusive que a ansiedade pode interferir na pressão arterial e também nos fatores da obesidade como é o caso de transtornos alimentares. 

Mudança de estilo de Vida 


Para que se consiga uma melhora nos níveis pressóricos é necessária uma urgente mudança para um estilo de vida mais saudável. Dar desculpas para iniciar essas mudanças é algo que só vai adiar a solução. Muitas vezes quando os sintomas desaparecem achamos que está tudo bem e voltamos a nossa rotina de péssimos hábitos, mas isso não pode ficar assim. COMECE A MUDAR SEUS HÁBITOS “ONTEM”. 

Eu sei que é difícil mudar os hábitos de vida, mas tenho que encorajar e motivar você a adotar tais hábitos ou se você procura informação para um parente ou conhecido, poderá ser você quem deve encorajá-lo(a) a mudar o estilo de vida e a ter uma alimentação equilibrada. 

A TRÍADA DO CONTROLE DA HIPERTENSÃO (REAUDI) 


De acordo com os profissionais de saúde, há pelo menos três coisas que podem ser feitas para controlar a pressão arterial em caso de estar elevada. 

Para que você não esqueça essas medidas criei uma sigla. Chamei de REAUDI que são as primeiras letras de: 

1) RE-dução do peso corporal;
2) AU-mento da atividade física;
2) DI-minuição da ingestão de sódio. 

1 - RE-DUÇÃO DO PESO CORPORAL(RE) 

A cada Kg perdido sua pressão pode diminuir 


Você sabia que vários estudos demonstram que para cada 1 kg de peso reduzido pode haver uma queda de 1,6 e 1,3 mmHg nas pressões sistólica e diastólica? 

De acordo com o cardiologista Rubens Mattar Júnior a obesidade é um dos principais fatores de risco para a hipertensão. no entanto, um novo estudo da Clínica Mayo, nos Estados Unidos, mostra que um pequeno ganho de peso, de 2 quilos, já é suficiente para elevar a pressão arterial em adultos saudáveis. Ele destaca ainda que a redução de pelo menos 10kg do peso corporal, ocasiona redução da pressão arterial. 

Pois é, além disso ainda podem haver reduções da frequência cardíaca e massa de ventrículo esquerdo tudo isso com o simples fato de reduzir o peso corporal. 

De olho na Cintura 


Cintura acima de 94 cm para homens e de 80 cm para mulheres oferece risco acrescido para hipertensão. 

Saiba que se não controlar poderá ter, além de picos de pressão, desenvolver uma Hipertensão mais resistente e começar hoje a realizar algumas ações vai trazer benefícios para sua vida que nem consegue imaginar. 

Para diminuir a cintura e o peso corporal a alimentação é importante evitando comidas gordurosas, frituras, embutidos e produtos industrializados bem como adotar uma dieta rica em frutas, verduras e legumes como (maça, mamão), laticínio com baixo teor de gordura como os queijos brancos e iogurtes desnatados, bem como carnes magras (como peixes) sendo assados ou cozidos e cereais integrais fará você ingerir menos sódio e mais cálcio, magnésio e potássio, nos quais são nutrientes necessários para quem precisa baixar a pressão; 

2 - AU-MENTO DA ATIVIDADE FÍSICA (AU) 


Movimente-se 

40 minutos de atividade física podem provocar queda na pressão arterial ao longo das 24 horas seguintes. Ou seja, pouco tempo para perder e muito a ganhar. O sedentarismo é um fator associado à obesidade e uma maior atividade física contribui com a perda de peso corporal, especialmente quando praticado em associação com uma dieta com poucas calorias. 

E não é só a pressão que diminui, a atividade física acaba melhorando a conhecida sensibilidade à insulina e a captação da glicose no músculo. 

3 - DI-MINUIÇÃO DA INGESTÃO DE SÓDIO (DI) 


O Sódio 

Hoje em dia os produtos industrializados estão cheios de um mineral chamado sódio, basta ver a tabela nutricional que descobre que, além da caloria, esses alimentos estão cada vez menos saudáveis. Muitos estudos relacionam a ingestão de sal com pressão arterial. Até indivíduos com pressão arterial normal, conhecidos como normotensos, podem apresentar uma elevação por causa do sódio nos alimentos e por isso quem consome acima de 5g de sal diariamente está mais sujeito à hipertensão arterial. Então é imprescindível que se coma sal com moderação. Não deve eliminá-lo da dieta, no entanto, nada de comer comida muito salgada e processadas. Segundo Dr. Drauzio Varela pessoas maiores de 65 anos, negros e, também, portadores de diabetes que se tornam mais sensíveis a ação do sal necessitam ter atenção redobrada na ingestão de sal. 

FATORES DE RISCO 


Você bebe?
A ingestão de álcool em excesso pode elevar o risco de obesidade e também de hipertensão sabia? Pois o consumo diário maior que 30g por mulheres e 31g por homens aumenta o risco de desenvolver pressão alta. É recomendado o consumo diário máximo de apenas uma dose para as mulheres e duas doses para homens. 

Você fuma?
Além de outros prejuízos ao nosso organismo, o cigarro pode conter nicotina que faz o coração trabalhar mais, além de estreitar as artérias, o que gera mais dificuldade para a circulação sanguínea e aumenta a pressão deixando a pessoa mais vulnerável a doenças cardiovasculares. 

Você é estressado?
Como diz João Kleber, “Para, para, para, para...”. Exatamente. Ser ou estar estressado, trabalhar em excesso, preocupação, angústias e ansiedade pode aumentar a pressão arterial. Por isso é importante, e muito, uma psicoterapia e técnicas de relaxamento para controlar o estresse e a pressão arterial além de boas noites de sono, dormindo 7 horas por dia no mínimo. 

Você bebe pouca água?
Beber água todos os dias tomando entre 1,5 e 2 L ajuda a evitar a desidratação causada pela micção frequente, mais comum quando a glicemia está alta. 

Você verifica sua pressão?
De acordo com o Doutor Dráuzio Varela, medir a pressão arterial com regularidade e anotar os valores é importante pois o médico poderá avaliar a eficácia do tratamento; 

Quando você procurar um profissional ele poderá fazer o diagnóstico da Hipertensão através de vários métodos como a Monitorização da Pressão Arterial, conhecida popularmente como “MAPA” que monitora sua pressão arterial a cada 20 minutos( em média) durante 24h e o bom é que esse aparelho verifica e avalia enquanto você executa suas atividades rotineiras. 

TRATAMENTO: 


Além das mudanças no estilo de vida, o tratamento medicamentoso da Diabetes é feito com a utilização de Antagonistas dos canais de cálcio, Inibidores adrenérgicos, Diuréticos, Inibidores da enzima conversora da angiotensina, Antagonistas do receptor da angiotensina II e Vasodilatadores diretos. 

Espero que tenha gostado do artigo e agora é com você. Espero que saia mais atualizado entre a relação de obesidade, hipertensão e ansiedade. Lembrando que nenhuma dessas informações substituem a sua consulta com um médico. Mas lembre-se que tudo depende da sua motivação para iniciar essa jornada que não é o fim do mundo. 

CALCULADORA DE IMC 


Você pode acessar a calculadora diretamente  no link abaixo

FONTE

1 - Fonte: Dra. Claudia Cozer Kalil, endocrinologista e coordenadora do Núcleo de Obesidade e Transtornos Alimentares do Hospital Sírio-Libanês. 


2- Suplicy, HL. Obesidade visceral, resistência à insulina e hipertensão arterial. Rev Bras Hipertens.
2000. [Disponível em: http://departamentos.cardiol.br/dha/revista/7-2/007.pdf] 

3 - Paula Freitas Martins Burgos1 , William da Costa2 , Maria Teresa Nogueira Bombig1 , Henrique Tria Bianco1 - > http://docs.bvsalud.org/biblioref/2018/03/881409/rbh-v21n2_68-74.pdf