Americana 'esguicha' leite pela axila; entenda quando isso pode ocorrer

Montagem do R7 com reprodução do tiktok @heavyondahustla_

A americana Heaven, mãe de Carson, de 6 anos, e do pequeno Harlem, de 2 meses, compartilhou no TikTok uma surpresa não tão comum que teve durante a amamentação: havia leite saindo de sua axila.

A situação gerou espanto nas redes sociais, mas também despertou a curiosidade de muitos. Em entrevista ao R7, a médica ginecologista e obstetra da BP (Beneficência Portuguesa de São Paulo) Carolina Cunha explica que, possivelmente, o caso se trata de uma mama acessória, ou polimastia, como também é conhecida.

"Esse caso é bem característico de uma falha de regressão do tecido da mama. Então, no período embrionário, ela [mama] não regride e fica o que chamamos de mama acessória. É como se fosse uma outra mama mesmo, só que fora do lugar da mama", diz a especialista.

De acordo com Carolina, essa mama tem características extremamente parecidas com uma mama "normal" – no lugar correto –, como a capacidade de produzir leite. O "furo" na axila, onde o líquido sai, é um ducto mamário.

O quadro é mais comum na axila, mas também pode ocorrer nas regiões abdominal e pélvica.

"A prevalência é de 0,1 a 1% na população. Teoricamente pode ocorrer em qualquer mulher, mas na prática não é tão comum", complementa a ginecologista.

O leite que sai da região é o mesmo produzido pelas mamas "normais", ou seja, ele pode ser ingerido pelo bebê, mas não é recomendado pelo local que a criança teria que ser encaixada durante a amamentação. "É o mesmo leite, não vai fazer mal", acrescenta Carolina.

A mama acessória não é danosa à mulher, ou seja, não acarreta consequências graves, mas pode causar dores e sensação de inchaço no local, principalmente no período menstrual, e a saída de leite após o parto.

Ainda não há tratamento medicamentoso para a polimastia, mas a retirada da mama acessória através de cirurgia é um recurso definitivo.

A possibilidade do procedimento, bem como o diagnóstico do quadro, deve ser feita por um especialista – mastologista ou ginecologista.

As chances da polimastia se tornar um câncer de mama são as mesmas de uma mama habitual, portanto as mulheres devem ficar atentas aos principais fatores de risco da doença: herança genética, menarca precoce, menopausa tardia, sedentarismo, obesidade e elitismo, por exemplo.

Com informações do R7