Mãe de Professora Desaparecida Relata Chamada de Sequestro, Corpo Carbonizado Encontrado


A mãe de Vitória Romana Graça, uma professora de 26 anos, relatou à polícia que sua filha telefonou em um estado de grande angústia para informar que havia sido sequestrada. Essa chamada ocorreu no dia seguinte ao desaparecimento, por volta das 5h da manhã.

Após estar desaparecida desde a última quinta-feira, o corpo carbonizado de Vitória foi descoberto em uma residência na Comunidade Cavalo de Aço, na Zona Oeste do Rio.

Nos depoimentos à polícia, a mãe da professora mencionou ter recebido ameaças por telefone e exigências de um resgate no valor de R$ 2 mil pela liberação de sua filha. Paula, acusada nesse caso, teve sua prisão preventiva decretada após uma audiência de custódia realizada no domingo.

Vitória atuava como professora contratada pela prefeitura por um período de quatro meses e lecionava na Escola Municipal Oscar Thompson, localizada em Santíssimo. Investigações indicam que houve um envolvimento amoroso entre Vitória e a adolescente detida.

Um colega de trabalho de Vitória revelou em depoimento que ela decidiu se afastar da jovem devido à crença de que a mãe desta estava explorando o relacionamento visando benefícios financeiros.

Segundo o relato desse conhecido, Vitória mencionou que frequentemente a geladeira na casa de Paula estava vazia e, para ajudar, ela comprava cestas básicas e produtos domésticos para a família. Segundo as investigações, ambas utilizaram a conta bancária da vítima para transferir dinheiro e efetuar uma compra em uma mercearia.

Uma testemunha relatou que no dia do desaparecimento, Paula e seu irmão foram à escola onde Vitória trabalhava. Quando questionada pelo conhecido sobre o motivo da visita, a professora respondeu que Paula queria discutir o término do relacionamento e solicitou uma conversa fora do ambiente de trabalho. De acordo com o amigo da vítima, ele aconselhou Vitória a encontrar-se com Paula em um local público, de preferência um shopping, onde haveria mais pessoas.

No mesmo dia, Vitória esteve na casa de sua mãe por volta das 21h. Ao sair de lá, ela se dirigiu ao encontro de Paula e desde então desapareceu. Durante aquele dia, várias transações foram feitas através do telefone de Vitória para o irmão de Paula. Até o momento, as autoridades ainda não conseguiram localizar o paradeiro dele.

Paula já possuía um mandado de prisão pendente por roubo qualificado, de acordo com informações da 35ª DP. No domingo passado, ela compareceu a duas audiências de custódia. Uma delas relacionada ao sequestro e morte da professora e a segunda devido à sua condenação em 2014, na qual foi sentenciada a seis anos de prisão por um assalto.

Sua ficha criminal inclui três registros. O primeiro data de 2010, quando foi acusada de "lesão corporal decorrente de violência doméstica". Em 2021, houve a extinção de sua responsabilidade penal nesse caso. Em 2013, Paula foi detida por roubo junto com um menor de 18 anos, caracterizando o crime de "corrupção de menor", o que aumenta a pena. Em 2014, ela recebeu uma sentença de mais de 6 anos de prisão, dos quais cumpriu 1 ano e 8 meses em regime semiaberto. A sentença permanece pendente.

O último registro refere-se ao crime pelo qual ela foi presa no último sábado, classificado como "extorsão mediante sequestro". A Polícia Civil está investigando o homicídio da professora, que pode estar ligado ao mesmo incidente.