Acompanhantes limpam hospital no RN durante greve de terceirizados


Acompanhantes de pacientes internados no Hospital Deoclécio Marques, em Parnamirim, na Grande Natal, improvisaram uma faxina na unidade de saúde nesta semana. A iniciativa foi motivada pela paralisação dos funcionários terceirizados, que alegam atraso no pagamento de salários e benefícios.


Segundo relatos, a greve já dura quatro dias e afeta setores essenciais como limpeza, maqueiros, lavanderia e cozinha. Apenas os pacientes estão recebendo alimentação. Nos corredores e enfermarias, há acúmulo de lixo, banheiros sujos e mau cheiro, especialmente na ala de isolamento da Ortopedia 2, onde estão internados pacientes com suspeita ou confirmação de infecção hospitalar.


A cozinheira Lucileide Inácio, que acompanha o marido internado com suspeita de infecção, expressou preocupação com a falta de higiene.

“Estou com meu esposo e outros cinco pacientes no isolamento. Eles estão com infecção e não há limpeza nos quartos nem nos banheiros. Somos nós, os acompanhantes, que estamos lavando tudo. Hoje teremos que limpar a enfermaria para evitar que a infecção piore”, relatou.

“Está insustentável. Pedimos socorro.”


Luzinete Barbosa da Silva, outra acompanhante, cuida do filho de 18 anos, internado desde maio após um acidente de moto. Ele passou por quatro cirurgias e agora enfrenta uma infecção bacteriana adquirida no hospital.


De acordo com funcionários da unidade, a greve dos trabalhadores terceirizados foi causada por atrasos salariais e a falta de pagamento de benefícios como vale-alimentação e férias.


Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) confirmou a paralisação e atribuiu a situação às dificuldades financeiras enfrentadas desde o ano passado. Segundo a pasta, os repasses às empresas foram feitos ao longo da semana, mas os serviços ainda não foram retomados.

“As equipes do hospital seguem mobilizadas para garantir a assistência aos pacientes”, informou a Sesap.