
Desde a última segunda-feira (1º), as escalas de médicos nas UPAs e UBS de Natal estão desfalcadas Sérgio Henrique Santos/Inter TV A mudança na forma de contratação de médicos terceirizados que atuam de nos serviços de saúde de Natal tem causado falha nas escalas e suspensão de cirurgias. No Hospital Infantil Varela Santiago, conveniado ao SUS, pelo menos 72 cirurgias foram suspensas até esta sexta-feira (5). Desde a última segunda-feira (1º), as escalas de médicos nas UPAs e UBS de Natal estão desfalcadas. O secretário Geraldo Pinho afirmou que médicos foram pressionados pelo Sindicato dos Médicos do RN (Sinmed) e pela Coopmed, antiga prestadora do serviço, a não assumir os atendimentos. O presidente do Sinmed Geraldo Ferreira disse que a acusação de coação é inverídica. 📳 Clique aqui para seguir o canal do g1 RN no WhatsApp Mudança na contratação Até o último domingo (31), os plantonistas trabalhavam por meio de uma cooperativa, a Coopmed. No entanto, o serviço era prestado sem contrato com a Prefeitura e o pagamento era realizado de forma indenizatória. Nesse modelo, a cada plantão de 12 horas, eles recebiam em média R$ 1.660. Quase todo o valor (96,5%) ia direto para o médico, e apenas uma parte (3,5%) ficava como taxa administrativa da cooperativa. O contrato anual da prefeitura com a Coopmed era de até R$ 144 milhões por ano. Com a mudança em 1º de setembro, a prefeitura firmou contratos emergenciais por um ano, com duas novas empresas, a Justiz e a Proseg, que juntas podem receber até R$ 208 milhões pela prestação de serviços médicos. Com as novas empresas, os médicos firmariam vínculos na chamada "sociedade em conta de participação". O honorário por plantão até aumentaria, passou de R$ 1.660 para R$ 1.950. Mas, na prática, os médicos passam a receber menos. Do novo valor, apenas R$ 1.200 vão para o profissional. O restante fica com as empresas. Sobre a diferença no valor pago à Coopmed e o que será pago a Justiz e Proseg, a Prefeitura explicou que serviços que não eram prestados pela Coopmed, como atendimento de neuropediatra, por exemplo, estão incluídos no contrato com as novas empresas. Como era (até 31 de agosto – Coopmed) Modelo: Não havia contrato, o serviço era prestado pela Coopmed e pago de forma indenizatória pela prefeitura Valor por plantão (12h): R$ 1.660 Repasse ao médico: 96,5% → R$ 1.602 (em média) Taxa administrativa da cooperativa: 3,5% → cerca de R$ 58 Pagamento anual: até R$ 144 milhões ✅ Vantagem: quase todo o valor ia direto para o médico Como ficou (a partir de 1º de setembro – Justiz e Proseg) Modelo: sociedade em conta de participação Valor por plantão (12h): R$ 1.950 Repasse ao médico: cerca de R$ 1.200 Parcela retida pelas empresas: cerca de R$ 750 Contratos emergenciais anuais: até R$ 208 milhões ⚠️ Problema: embora o valor do plantão tenha aumentado, o repasse aos médicos caiu 🚨 Consequência: muitos médicos não aceitaram os novos termos → escalas médicas ficaram desfalcadas nas UBSs e UPAs de Natal Atraso em pagamentos da Coopmed A Cooperativa Médica do RN (Coopmed) alega que a Prefeitura de Natal contratou duas novas empresas para terceirização dos médicos enquanto deve cinco meses de serviços prestados na rede pública municipal. "A Cooperativa manteve seu compromisso com a assistência à população de Natal, mesmo diante dos recorrentes atrasos, e reforça a necessidade urgente de que a gestão municipal honre seus compromissos financeiros com os médicos que atuaram por todos esses anos na linha de frente da saúde do município", disse a Coopmed. O valor da dívida do município com a Coopmed é de R$ 56 milhões. Procurada, a Prefeitura de Natal não se pronunciou sobre o atraso do pagamento.
source https://g1.globo.com/rn/rio-grande-do-norte/noticia/2025/09/05/entenda-a-mudanca-na-contratacao-de-medicos-de-natal-que-causou-suspensao-de-cirurgias-e-falhas-em-plantoes.ghtml