Ausência do barulho interno, tradicional do motor a combustão, pode ser um incômodo para alguns condutores
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Os carros híbridos – movidos a gasolina e eletricidade – já são uma realidade nas ruas de algumas cidades brasileiras. Apesar do alto custo, são menos poluentes e têm como característica o fato de serem silenciosos, tanto interna quanto externamente. Mas a mudança de percepção auditiva no interior destes veículos pode ser alterada de acordo com a necessidade do motorista ou dos passageiros. E isso não vem de fábrica, mas a possibilidade acaba de ser demonstrada numa pesquisa realizada na Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP pelo engenheiro acústico Jaime Mosquera Sanchez. “A percepção auditiva na cabine do automóvel vem da operação simultânea dos dois sistemas de propulsão ou à operação do motor elétrico”, descreve o engenheiro.
Mosquera desenvolveu em sua tese de doutorado algoritmos de controle que permitem aumentar, reduzir ou preservar o barulho interno do veículo. “Os algoritmos são os passos iniciais da inovação e, posteriormente, são programados em softwares e hardwares”, descreve o engenheiro, ressaltando que concluiu a programação dos algoritmos em uma cabine de veículos de passeio com geometria simplificada na EESC. “Outros testes também foram realizados no grupo de pesquisas em som e vibração da Universidade Católica de Louvaina, na Bélgica, onde fiz parte de meus estudos”, lembra Mosquera. Todas as simulações e experimentos feitos em cabine tiveram como base os sistemas de um veículo híbrido que já circula pelo Brasil. “Já fizemos a programação dos quatro algoritmos, restando apenas a implementação no carro. E mais testes devem ser realizados para que tenhamos a implantação com redes de sensores e atuadores de controle”, descreve.
A pesquisa Controle ativo de distúrbios harmônicos em veículos híbridos orientado por métricas de qualidade sonora resultará num sistema que poderá atender às necessidades de alguns motoristas. “Sabemos que no Japão, por exemplo, a preferência dos motoristas é pelo veículo silencioso”, conta o engenheiro. “Nos EUA, os americanos optam por carros cujo som induz à sensação de potência do motor.” O estudo foi publicado na revista Mechanical Systems and Signal Processing.
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Via Jornal da USP